domingo, 31 de janeiro de 2010

Quase 50 Milhões de Obesos no Brasil

Quase 50 Milhões de Obesos no Brasil
Pesquisa mostra que 49,4 milhões de brasileiros estão acima do peso.


SÃO PAULO -Estudo feito pela empresa de pesquisa LatinPanel mostra que 41% dos brasileiros com mais de sete anos estão acima do peso, num total de 49,4 milhões de pessoas. Entre as crianças com idade entre 7 e 12 anos, 35% estão com excesso de peso, um dado considerado alarmante pelos pesquisadores. Há mais mulheres com sobrepeso ou obesas do que homens. Entre as mulheres ouvidas na pesquisa, 42% estão acima do peso. Entre os homens, o percentual é menor, de 38%. De acordo com a pesquisa, 15% das mulheres e 12% dos homens brasileiros estão acima do peso.


A LatinPanel ouviu 25 mil pessoas, representando 82% da população brasileira e 86% do potencial de consumo. O estudo relacionou o índice de peso dos entrevistados (baseado no IMC - Índice de Massa Corpórea - adotado pela Organização Mundial de Saúde) classificando - os em quatro grupos: abaixo do peso, dentro do peso, sobrepeso e obesos. Com base nestes dados, foram identificados por grupo hábitos alimentares, práticas de esportes, cuidados com a saúde e atitudes com os filhos.

O problema da obesidade está relacionado com hábitos de alimentação pouco saudáveis. Segundo a pesquisa, 66% das pessoas comem sobremesa regularmente, 68% beliscam entre as refeições, 55% jantam vendo TV e 81% bebem líquido durante as refeições. Entre os obesos, só 12% se preocupam em ler os rótulos nutricionais dos alimentos e só 10% procuram produtos com menos gordura. Na média da população, 14% lêem rótulos e 18% procuram produtos com baixo teor de gordura ou sem gordura.

Os hábitos estão refletidos também nos produtos comprados. Nas residências onde a dona da casa é obesa são comprados 20% mais refrigerantes e leite condensado do que a média nacional, 17% a mais de farinha de trigo e creme de leite e 16% mais maionese e óleo. O gasto com compra de alimentos e bebidas é 10% maior do que a média. Nas casas onde mulher, marido e/ou filhos são obesos, o consumo de maionese chega a ser 75% superior à média. Nada menos do que 66% das casas onde moram obesos têm salgadinhos.

Nas residências onde as donas-de-casa estão abaixo do peso, foram registrados 40% a mais de consumo de chá pronto, 17% de bebidas à base de soja e 8% a mais de adoçantes.

O comportamento das mães também influencia os filhos. Nada menos do que 39% das mães com crianças até 8 anos ameaçam o filho com castigos se ele deixar de comer. Além disso, 48% das mães que transformam a ida a uma lanchonete como lazer estão acima do peso.

Além de escolher alimentos pouco saudáveis, os mais obesos fazem poucas refeições por dia. Normalmente, os nutricionistas orientam as pessoas a comer alguma coisa de quatro em quatro horas (seis refeições por dia). Segundo a pesquisa, 48% das pessoas que estão acima do peso fazem apenas uma ou duas refeições diárias. Em compensação, só 24% das pessoas que fazem mais de sete refeições ao dia estão acima do peso.

A prática de esportes também tem sua parcela de contribuição. Mais de 80% dos pesquisados disseram que praticam algum tipo de esporte e 53% estão na faixa de peso ideal. Mas 47% deles continuam acima do peso. Porém, enquanto as pessoas dentro do peso preferem atividades como futebol (66%), academia (63%) e ciclismo (63%), quem está acima do peso opta pela caminhada (55%).

O instituto concluiu que há ainda correlação entre renda e obesidade. Nas classes A, B e C, 14% das pessoas estão acima do peso, contra 13% nas classes C e D. A diferença é pequena, mas se acentua de acordo com a região. No interior de São Paulo, 44% das pessoas estão acima do peso. Nas regiões Norte e Nordeste, o índice cai para 37%. Grau de instrução, no entanto, não influencia: estão acima do peso 46% das pessoas com alta escolaridade e 44% dos indivíduos com baixa escolaridade.

Como era de se esperar, a pesquisa mostrou ainda que as pessoas acima do peso têm mais problemas de saúde. Do total de entrevistados, 14% disseram já ter sofrido de alguma doença do coração e 59% deles estavam acima do peso.

Fonte: Jornal O GLOBO


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